quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Fusca: a História do “Carro do Povo”

Fusca: a História do “Carro do Povo”



Com certeza será um desafio para mim escrever esta coluna, pois não sou nenhum colunista, escritor, ou algo parecido. Sou amante do antigomobilsmo e principalmente de veículos VOLKSWAGEM com mecânica refrigerada a ar, então é obvio que sou amante dos FUSCAS, BESOUROS, KAFERS, VOCHOS, BUGS, BEETLES, e tantos outros apelidos que este querido carrinho recebeu pelo mundo todo.

O começo de tudo



Creio que quando o Dr. Ferdinand Porsche projetou o “Carro do Povo”, nunca passaria pela cabeça dele que sua criação teria tanta importância na história do automóvel. No começo, o projeto do “Carro do Povo” não conseguiu ir para frente. Primeiro com a ZUNDAPP, em 1932, foi desenvolvido um prototipo com as linhas bem diferentes do que seria o Fusca. Não deu certo! Então lá vai o Dr. para a prancheta novamente. Depois com a NSU, fizeram o novo prototipo, mas tambem não andou. Até que chegou o manda-chuva da Alemanha na época, viu algo no projeto e resolveu bancar. Em 1936 vieram os Volksauto-série 3 ou V1. Construiram 3 prototipos e as linhas do Fusca atual já estavam nestes protótipos. Diz a lenda que, como Hitler gostava de carros conversíveis, Porsche e seu filho Ferry construíram um destes três protótipos nesta configuração. Então o projeto começou a andar de verdade.


- O Zundapp (Typ 12) e o NSU (Typ 32)

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O W-30

Depois surgiu a série W-30, cujos protótipos foram construídos com a colaboração da "Daimler Benz" e a "Reuter & Co.". Tinham pilotos de testes exigentes e truculentos: os próprios soldados da SS testaram exaustivamente os veículos por 2,4 milhões de quilômetros.


Porsche mostrando como seria o novo KDF


Porsche e um KDF


Em 1937, o governo alemão decidiu criar uma empresa estatal para a produção do Fusca, com o capital da Kdf - Kraft Durch Freude (Força pela Alegria), um dos departamentos da Frente Trabalhista, o sindicato oficial alemão. O carro seria vendido por meio de uma "caderneta", na qual as pessoas colariam selos de 5 marcos até completar o valor equivalente ao carro - originalmente chamado de Kdf-Wagen. 336.668 alemães se inscreveram no plano, pagando um total de 280 milhões de marcos (cerca de 67 milhões de dólares). A história diz que ninguém recebeu o carro.


Exposição ds KDF´s ao Povo Alemão

Quando a coisa parecia que ia pra frente, chegou a II Guerra, e lá vai o Fusca de novo pra prancheta. O negócio era a Guerra, então o jeito foi adaptar os batizados KDF´s em veículos militares, daí surgiram os KOMMANDEURWAGENS, KUBELWAGENS (55.000 unidades) e SCHINWAGENS (15.000 unidades) que eram anfíbios e tinham tração integral. . .


O casamento do Chassi e Carroceria de um KDF

Com o final da Guerra, estes veículos serviriam as forças inglesas de ocupação. Mais uma vez o fusca sai da prancheta por ordem de mais um salvador, o Major Ivan Hirst que não sabia o que fazer com a fábrica, que foi oferecida para os ingleses, soviéticos e norte-americanos, mas estes não se interessaram.


Major Ivan Hirst

Heinrich Nordhoff

Em 1948 Heinrich Nordhoff assume a presidência da fábrica e eleva a produção para 19.214 unidades/ano. Nordhoff foi o primeiro presidente da VW, e muitas vezes dormia no escritório da fábrica, que foi bombardeada mais de 200 vezes em 1944, e que ao final da guerra, em abril de 1945, estava praticamente em ruínas. Nesta época, a produção cresce para 46.154 unidades e um acordo com a Chrysler permite a utilização da rede de revendas da marca norte-americana em todo o mundo. Era o primeiro ano do Fusca nos Estados Unidos e apenas duas unidades foram vendidas.

Fabrica em ruínas

A chegada ao Brasil

No final de 1950 chegam ao Brasil os 30 primeiros Fuscas, que ficam na mão da BRASMOTOR, incumbida de vendê-los. Era o começo de um caso de amor entre o país e seu carro mais popular. Tanto que, logo que desembarcaram no porto de Santos foram vendidas todas as unidades. Já em 1953 o Fusca com motor 1200 cm3 era montado em um galpão alugado em São Paulo, no bairro do Ipirangan, na Rua do Manifesto. Aumentava o número de admiradores, apesar de muitos ainda estranharem um carro tão pequeno e com motor na parte traseira.


Galpão da VW do Brasil na Rua do Manfifesto - Ipiranga - SP

Em 1951 morre Ferdinad Porsche, que não veria o sucesso de sua criação, já que em 1954 o carro Volks começava a conquistar os norte-americanos, que o apelidaram de “Beetle” (besouro).

Em 1956, a Volkswagen inicia a construção de sua fábrica de 10,2 mil metros quadrados no Km 23,5 da via Anchieta (São Bernardo do Campo-SP) e que ficou pronta em 1957. Seu primeiro produto foi a Kombi e até 1957 mais de 2 mil Fuscas e mais de 500 Kombis foram montados. O número ainda era tímido, mas significativo. A indústria automobilística brasileira dava seus primeiros passos. Se no começo da década de 50 o Fusca era importado, já no final, era produzido em fábrica brasileira. O Fusca começa a ser produzido no dia 3 de janeiro de 1959, com um índice de nacionalização de 54%. A primeira unidade foi adquirida pelo empresário paulista Eduardo Andrea Matarazzo. No dia 18 de novembro do mesmo ano, a fábrica é inaugurada oficialmente. A Volks brasileira fecha o ano com 8.406 unidades vendidas.

Saida da Ala Zero da Fabrica VW da Anchieta

Já em 1962 o Fusca torna-se líder de vendas no Brasil, com 31.014 veículos vendidos. O restante da história a maioria ja sabe... Não é a toa que o Fusca foi eleito "O CARRO DO SÉCULO".

Grande abraço a todos!

Texto retirado do Forum Fusca Brasil, autor Lemos

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